Travessia Baependi Aiuruoca - 3 Dias

A Travessia Baependi Aiuruoca é um roteiro clássico do montanhismo brasileiro. O percurso consiste em subir a Serra do Careta em Baependi, passando por cachoeiras como a do Juju e do Charco até a Serra do Papagaio em Aiuruoca. O ideal para esta trilha seriam 4 dias e 3 noites, para aproveitar bem e conhecer melhor todos os atrativos como cachoeiras e morros/mirantes.


1º Dia - Bairro Vargem (Baependi-MG) até a Cachoeira do Juju

Chegamos a Baependi de madrugada, por volta das 5:00 hrs, e aguardamos o encontro com o responsável pelo resgate na rodoviária da cidade, marcado para as 6:00 hrs. O serviço constitui em nos levar até o início da trilha no bairro da Vargem, a cerca de 1 hora do centro de Baependi, e conduzir os veículos até o final da trilha em Aiuruoca, onde ficam estacionados em sua propriedade à nossa espera.

Parte de nossa turma havia chegado na véspera e pernoitado num hotel. Estávamos em 8 pessoas. Enquanto aguardávamos, chegavam outros grupos e após algum tempo nos dirigimos até o início da trilha, onde chegamos por volta das 8:00 hrs em frente a uma porteira.

O primeiro dia é marcado pela forte ascensão da serra do careta, contornando à direita do Morro do Chapéu. Próximo à base do morro paramos para descansar um pouco e fazer um lanche. As nuvens cobriam o pico. Sem a possibilidade de um visual no cume decidimos então ir direto para o local conhecido como Rancho Salvador.

Morro do Chapéu

Não demoramos para chegar ao Rancho Salvador, onde paramos para um descanso e fazer uma refeição. O local possui uma pequena casa com um bom espaço para camping, onde se chega atravessando o rio por uma pinguela. Próximo fica o Morro do Chorão, mas preferimos não subir. Não demoramos muito e seguimos até a Cachoeira do Juju. Por sorte conseguimos um espaço para todas as barracas e montamos acampamento, apesar do intenso movimento no local.

A Cachoeira do Juju é um local muito bonito, com dois poços no alto da queda que são divididos em níveis pelas pedras e possuem o aspecto de piscinas com borda infinita, onde se tem uma bela visão do vale, Como não poderia faltar um mergulho para renovar as energias, tomamos um banho na água geladíssima e aproveitamos ainda o final da tarde apreciando um lindo pôr-do-sol. Deitamos bem cedo. Além da caminhada, o cansaço se acumulou também pelo fato de estarmos sem dormir na noite anterior devido à viagem.

Pôr do Sol na Cachoeira do Juju


2º Dia - Cachoeira do Juju até o Retiro dos Pedros

Acordamos bem cedo, por volta das 6:00 hrs após uma noite tranquila ao som das águas da cachoeira. Apesar da proximidade com o rio não fez muito frio à noite. Tomamos o café da manhã, desmontamos o acampamento e partimos para a trilha por volta das 8:00 hrs. A partir da cachoeira subimos um morro forte e seguimos num sobe e desce alternado trilhas fechadas por matas e campos abertos.

Vista da trilha com o Morro do Chorão ao fundo

Descendo por uma trilha íngreme chegamos até a Cachoeira do Charco, local em que é preciso atravessar por dentro do rio sem pinguela ou auxílio de pedras, como na do Juju. O volume da água estava bem alto e tivemos uma certa dificuldade para todos atravessarem sem molhar os equipamentos. Há um local próximo onde há um casebre, lugar propício para acampamento, porém não passamos por ali por desviar um pouco da trilha.

Vista da trilha com a Serra do Itatiaia ao fundo

O segundo dia de trilha é marcado por muitos pontos de sobe e desce alternando belas paisagens e água abundante. Apesar do sol forte há muitas matas e pontos cobertos que ajudam a refrescar, porém, exigem mais das pernas do que os pontos abertos, geralmente com poucos desníveis e menos sinuosos. Belos bosques recheados de bromélias. À vista matas de araucárias, capoeiras e os retorcidos troncos das candeias cercam vários pontos da trilha. Após uma longa subida, não muito íngrime mas bem longa, paramos numa sombra onde descansamos um pouco e nos alimentamos.

Mata de Araucária

A partir deste ponto já fica bem visível o contorno de toda a Serra do Papagaio com destaque para o Pico do Canjica, Pico do Bandeira e Pico do Papagaio. De outro lado, em vários pontos da trilha observa-se a Serra do Itatiaia com seus picos característicos como o Agulhas Negras e o Morro do Couto. Atrás, um pouco mais distante, a Serra Fina se apresenta imponente projetando ao alto a Pedra da Mina e o Pico dos 3 Estados.

Serra do Papagaio

A trilha passa por um campo aberto conhecido como Santo Daime, onde há um totem, mas é preciso desviar um pouco da trilha para avista-lo. Logo após nos aproximamos da encosta da Serra do Papagaio e a trilha começa a subir novamente por entre a mata fechada. Apesar de um tanto íngrime o percurso não é tão longo, passando entre os picos do Bandeira e do Canjica. Após este trecho, por volta das 17:00 hrs chegamos finalmente ao Retiro dos Pedros, onde seria nossa segunda noite de acampamento.

Serra do Papagaio

Logo na chegada do local há um ponto de água e acampamos próximos num local aberto e plano após o curral de pedra onde já estava ocupado. Há muito espaço no local mas o ideal é não ficar muito longe da água. Tomamos café, fizemos uma refeição e, a exemplo da noite anterior, dormimos cedo por volta das 20:00 hrs.

Camping no Retiro dos Pedros


3º Dia - Retiro dos Pedros até o Bairro da Pedra (Aiuruoca-MG)

Retiro dos Pedros visto da trilha para o Pico do Bandeira

Acordamos cedo mas sem muita pressa pois seria o dia mais tranquilo da travessia. Após um café da manhã reforçado aproveitamos para fazer o ataque ao cume do Pico do Bandeira, onde pudemos observar melhor todos as serras e picos do entorno. Não demorarmos pois precisaríamos ainda desmontar o acampamento.

Serra do Papagaio vista do Pico do Bandeira

Arrumamos as coisas enquanto alguns grupos passavam e acabamos sendo os últimos a sair do local por volta das 10:00 hrs. Seguimos reto pela trilha, contornando as pedras da Serra do Papagaio. O último dia com certeza é o com o visual mais belo mas não demoramos muito nos pontos de parada. Tiramos umas fotos na Pedra Quadrada apenas e passamos batidos em outros pontos pois já haviam muitas pessoas paradas.

Pedra Quadrada e demais picos da Serra do Papagaio

Partimos e logo estávamos na bifurcação para o Pico do Papagaio. Resolvemos não subir pois todos já conheciam o local, além das dores e o cansaço acumulado que nos mandavam descer. A descida é quase que toda por bosques cobertos com poucos pontos abertos, contornando a pedra por baixo. Assim que entramos em um pasto logo chegamos a uma casa onde atravessamos. A seguir a trilha nos leva até o Bairro da Pedra pelo Camping Panorâmico, onde chegamos por volta das 2:00 hrs.


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